Enfim o plano de mobilidade de Salvador começou a ser elaborado, no segundo trimestre de 2017.
O consórcio vencedor da licitação, TTC/Oficina, iniciou em Abril uma serie de 25 escutas técnicas e diagnósticas sobre a mobilidade da cidade com entidades, grupos, coletivos e estudiosos da área. Estas escutas foram condensadas e organizadas em um documento disponível no portal de dados do planMob (afinal, aquilo nunca poderá ser considerado um site de participação social).

Segundo o “Relatório Técnico RT02: Panorama Preliminar da Mobilidade na RMS“, sobre “Transporte Não Motorizado”:
“Não existe ainda um projeto de sistema cicloviário para Salvador. É necessária uma campanha de conscientização para que o motorista respeite o ciclista. A bicicleta poderia ser melhor utilizada na distribuição de cargas. A bicicleta deve ser inserida no sistema de mobilidade da cidade como um modo de transporte acompanhado de um processo de divulgação e incentivo ao seu uso.
A caminhabilidade de Salvador é muito precária. O pedestre não tem segurança, nem viária e nem pública. Os projetos voltados a melhorar o deslocamento a pé não foram implantados. A qualidade das calçadas é ruim. Os semáforos nas travessias de pedestres não proporcionam o tempo necessário para o pedestre e é crítico para os idosos.”
O coletivo Mobicidade foi convidado, juntamente com o Bike Anjo Salvador, apresentando uma serie de problemas na atual situação da mobilidade ativa em Salvador. Cabe aqui observar os posicionamentos e proposições das entidades e grupos, especialmente sobre mobilidade ativa. Nosso posicionamento sobre a construção de um plano de mobilidade participativo e popular, que realmente considere a pluralidade de uma cidade com o porte de Salvador, foi entregue aos representantes da SEMOB e do consórcio e está disponível aqui:
https://drive.google.com/file/d/1oyufDFxWt-1WFgMh4WbCXmcv9iSDXATmKaSKic07eZ2dSd7Lhq2mdwr0ne_qvgu8cKdw-VCbRjJ0aaHz/view?usp=sharing
Questionamos o curto tempo para elaboração do planMob da 3ª maior cidade do país (somente 8 meses) e a previsão de somente 3 audiências públicas.
No início de Junho, um Workshop com todos os participantes das escutas foi realizado, em uma única tarde, buscando consolidar prioridades no que foi obtido a partir das escutas. Neste mesmo dia foi apresentado o portal de dados do planMob, sem qualquer ferramenta efetiva e transparente para a participação aberta e ampliada da população. Se qualquer proposição for feita via portal do planMob, a mesma será direcionada para algum email da equipe do planMob, sendo impossível ter conhecimento do que foi efetivamente proposto pela população e como cada proposta foi tratada pela equipe do planMob. Além disso, não existe qualquer espaço para publicação de propostas e/ou documentos disponibilizados para o planMob pela sociedade civil. Durante a escuta em que participamos, entregamos documentos de proposições e observações sobre mobilidade ativa, disponíveis aqui.
No “Relatório Técnico RT03: Levantamento de Dados Primários e Secundários“, descobrimos mais um problema conceitual grave. Embora considere os diversos documentos obtidos durante os encontros diagnósticos, os mesmos não foram compartilhados no portal e o RT03 não considera a mobilidade ativa no levantamento de dados primários e secundários, embora existam diversas pesquisas sobre a mobilidade por bicicleta em Salvador.
No início do mês de agosto foram divulgadas as duas primeiras atividades oficiais, após fase de diagnóstico. O Conselho Municipal de Transporte irá se reunir na próxima sexta, dia 11. Na pauta, o futuro da mobilidade em Salvador: ônibus, metrô, bicicleta, calçadas, integração modal, valor de passagens, embarcações, transporte de cargas. É seu direito participar. Além disso, no 16/08 acontece a 1ª audiência pública do PLANMOB Salvador, das 09h às 13h no Ministério Público do Estado da Bahia, em Nazaré. A convocação está feita. A ideia é articular cidadãos, coletivos e instituições para pressionar por um planMob que assegure as diretrizes da Lei Nacional de Mobilidade.

Afinal, a bicicleta está nos seus planos ? Saiba mais no projeto “A bicicleta nos planos“, que busca articular ações para garantir políticas públicas reais à favor da mobilidade ativa.
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